Você já se perguntou se pode beber uma cervejinha ou um vinho enquanto está fazendo um tratamento com antibióticos? Será que isso pode atrapalhar a eficácia do medicamento ou causar algum efeito colateral indesejado? Neste artigo, você vai aprender o que a ciência diz sobre essa questão e quais são os riscos de misturar álcool e antibióticos.
O que são antibióticos e como eles funcionam
Antes de mais nada, vamos entender o que são antibióticos e como eles funcionam. Antibióticos são medicamentos que combatem infecções causadas por bactérias, impedindo o seu crescimento ou destruindo-as. Eles são usados para tratar diversas doenças, como pneumonia, sinusite, infecção urinária, entre outras.
Os antibióticos podem ser classificados em diferentes grupos, de acordo com a sua estrutura química, o seu mecanismo de ação e o tipo de bactéria que eles atacam. Alguns exemplos de grupos de antibióticos são:
- Penicilinas: são os antibióticos mais antigos e mais usados. Eles agem interferindo na formação da parede celular das bactérias, levando à sua ruptura e morte. Exemplos: amoxicilina, ampicilina, penicilina G.
- Cefalosporinas: são antibióticos derivados das penicilinas, mas com um espectro de ação mais amplo, ou seja, que atingem mais tipos de bactérias. Eles também agem na parede celular das bactérias. Exemplos: cefalexina, cefadroxila, ceftriaxona.
- Macrolídeos: são antibióticos que agem impedindo a síntese de proteínas das bactérias, o que interfere no seu metabolismo e reprodução. Eles são usados para tratar infecções respiratórias, de pele e de tecidos moles. Exemplos: azitromicina, claritromicina, eritromicina.
- Quinolonas: são antibióticos que agem inibindo uma enzima essencial para a replicação do DNA das bactérias, impedindo a sua multiplicação. Eles são usados para tratar infecções urinárias, gastrointestinais e ósseas. Exemplos: ciprofloxacino, levofloxacino, norfloxacino.
- Tetraciclinas: são antibióticos que também agem na síntese de proteínas das bactérias, mas com um mecanismo diferente dos macrolídeos. Eles são usados para tratar infecções como acne, rosácea, clamídia e malária. Exemplos: doxiciclina, minociclina, tetraciclina.
Porquê não se deve misturar álcool e antibióticos
Agora que você já sabe o que são antibióticos e como eles funcionam, vamos ver por que não é uma boa ideia misturá-los com álcool.
A primeira coisa que você precisa saber é que nem todos os antibióticos têm interação com o álcool. Na verdade, a maioria dos antibióticos mais comuns não tem nenhum problema em ser consumida com quantidades moderadas e ocasionais de álcool. Por exemplo, você pode tomar uma taça de vinho ou uma lata de cerveja sem comprometer a eficácia do seu tratamento com amoxicilina ou azitromicina.
No entanto, existem alguns antibióticos que contraindicam o consumo de álcool durante o tratamento. Isso porque eles podem causar uma reação mais grave chamada efeito dissulfiram. O dissulfiram é uma substância usada para tratar o alcoolismo, pois provoca sintomas desagradáveis quando o paciente ingere álcool. Esses sintomas incluem:
- Náusea e vômito
- Dor de cabeça e tontura
- Palpitações e taquicardia
- Falta de ar e sudorese
- Rubor facial e pressão baixa
O efeito dissulfiram ocorre porque alguns antibióticos interferem na metabolização do álcool pelo fígado, fazendo com que se acumule no sangue uma substância tóxica chamada acetaldeído. O acetaldeído é o responsável pelos sintomas do dissulfiram e também pelos sintomas da ressaca.
Os antibióticos que podem causar o efeito dissulfiram são:
- Metronidazol: usado para tratar infecções dentárias, ginecológicas, intestinais e parasitárias.
- Tinidazol: usado para tratar infecções semelhantes às do metronidazol.
- Sulfametoxazol-trimetoprima: usado para tratar infecções urinárias, respiratórias e de pele.
- Cefalosporinas: usadas para tratar infecções variadas, mas nem todas causam o efeito dissulfiram. As mais propensas são a cefotetan, a cefoperazona e a cefmenoxima.
Se você estiver tomando algum desses antibióticos, você deve evitar completamente o consumo de álcool durante todo o tratamento e até 72 horas após o término do mesmo. Caso contrário, você pode ter uma reação muito desagradável e até perigosa.
Outros efeitos colaterais da associação
Além do efeito dissulfiram, existem outros motivos pelos quais você deve evitar o álcool enquanto toma antibióticos. Veja alguns deles:
- O álcool pode potencializar os efeitos colaterais dos antibióticos, como náusea, diarreia, sonolência e dor de estômago.
- Pode reduzir a sua imunidade, dificultando a sua recuperação da infecção.
- Também pode interferir na absorção dos antibióticos pelo organismo, diminuindo a sua concentração no sangue e nos tecidos infectados.
- O álcool pode sobrecarregar o seu fígado, que já está trabalhando para eliminar os antibióticos do seu corpo.
- Pode aumentar o risco de desidratação, que pode piorar a sua condição clínica.
Portanto, mesmo que você esteja tomando um antibiótico que não tenha interação com o álcool, é melhor evitar ou limitar o seu consumo durante o tratamento. Assim, você vai garantir uma recuperação mais rápida e segura da sua infecção.
Conclusão
Neste artigo,você aprendeu porquê não se deve beber álcool enquanto toma antibióticos. Você viu que alguns antibióticos podem causar uma reação grave chamada efeito dissulfiram, que provoca sintomas muito desagradáveis quando você ingere álcool.
Você também viu que o álcool pode ter outros efeitos negativos na sua saúde, como potencializar os efeitos colaterais dos antibióticos, reduzir a sua imunidade, interferir na absorção dos medicamentos, sobrecarregar o seu fígado e aumentar o risco de desidratação.
Por isso, a melhor recomendação é que você evite ou limite o consumo de álcool enquanto estiver fazendo um tratamento com antibióticos. Lembre-se que a sua saúde é o mais importante e que você deve seguir as orientações do seu médico.
Espero que você tenha gostado deste artigo e que ele tenha sido útil para você. Se você quiser saber mais sobre antibióticos, infecções e saúde em geral, não deixe de acompanhar o nosso blog. Aqui você vai encontrar conteúdos informativos, educativos e interessantes sobre diversos temas relacionados à saúde.
Se você gostou deste artigo, compartilhe-o nas suas redes sociais e deixe um comentário abaixo. Eu adoraria saber a sua opinião sobre esse assunto. E se você tiver alguma dúvida ou sugestão, não hesite em me escrever.{alertSuccess}
Enviar um comentário
Deixa o seu Comentário